segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria XIII

[Postado por A.Tapadinhas]


Favela 1511 Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x60cm
(clique sobre a imagen)

Na minha pesquisa para esta série, fiquei com diverso material numa espécie de manifestação do caos que, por definição, contém todas as formas e cores possíveis. Sendo assim, era simples; para executar a obra bastava deitar fora tudo o que não fosse necessário.
Depois de seleccionar a favela que serviria de base a este quadro, faltava pensar os meios que iria utilizar.
Pensar é aproveitar tudo o que sei para cumprir o meu objectivo: transmitir sensações. Pensar é dar forma ao caos, torná-lo credível para o observador, isto é, identificá-lo, mas, ao mesmo tempo, retirar-lhe a consistência, torná-lo virtual, porque faço por esquecer o que não me interessa, salientando, apenas, a sua beleza.
No desenho, apenas esboçado, de repente, começaram a surgir as janelas, as ruas, as pessoas, como notas musicais coloridas, numa pauta mágica.
E cumpriu-se o seu destino! Afinal, cor é magia!
Com esta conversa erudita, não sei se deu para perceber o mais importante:
Gosto mesmo muito desta obra!

sábado, 18 de dezembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria XII

[Postado por A.Tapadinhas]


Favela 911 Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x60cm
(clique sobre a imagem)

Acabei esta primeira obra duma série que há longo tempo vinha planeando, em 9 de Novembro, daí o seu título, Favela 911. Desgraçadamente, pelos piores motivos, este tema tornou-se notícia de primeira página e abertura de noticiários de televisão. Não tinha intenção de apresentar estas obras no Estudo Geral, mas "Vemos, ouvimos e lemos...não podemos ignorar"...
Favela no Brasil, bairro de lata em Portugal ou musseque em Angola, são palavras que definem a área degradada de uma cidade, caracterizada por moradias precárias, com edificações inadequadas e materiais de construção inventados, muitas vezes estranguladas entre morros ou colinas.
No meu quadro é o azul que oprime as casas e as pessoas que se adivinham nos intervalos coloridos das vielas estreitas e é o amarelo que serve de manto diáfano para a dureza do quotidiano.
Esta é a primeira obra duma nova série a que chamo, Favela, porque das palavras que definem esta realidade, é a palavra mais colorida.
Na penumbra dourada que suaviza as cores cruas do passado presente, espero que encontrem a beleza verdadeira, aquela que provoca arrepios, como na canção de Caetano Veloso, Menino do Rio.
Tomem esta minha obra como um abraço!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

HOLAAAAA

[Postado por ana]

DESDE ESPAÑA, OS DESEO A TODOS,
UNAS FELICES NAVIDADES,
PAZ Y SOLIDARIDAD
EN EL PLANETA TIERRA.

BESOOOOOOO

sábado, 11 de dezembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria XI

[Postado por A.Tapadinhas]


O Homem que Fazia CestosDesenho Tinta da China sobre papel 32x24cm
Autor António Tapadinhas

Num dia igual a outros, dirigia-me para casa e, ao fazer a rotunda da Moita, olhei naturalmente para o terreno baldio que continua a existir, paredes-meias com a catedral de consumo ali implantada. E reparei nela.
Estava junto às cinzas das inúmeras fogueiras acesas durante o Inverno, no que me pareceu uma posição tranquila de descanso, indiferente a quem passava, um tímido raio do sol da manhã a acariciá-la.
Passados uns dias, não sei se muitos, porque à medida que envelheço, os dias ficam pequenos para fazer as coisas importantes que fui adiando, voltei a vê-la.
Passava, lentamente, em frente da taberna, sem olhar para nenhum lado, os olhos, melhor, todos os sentidos agarrados às pedras da calçada. Pareceu-me mais magra e suja.
Atravessou a rua com o seu passinho miúdo, não olhou sequer para dentro do quartel da GNR, seguiu em frente, fez a curva que a levou à ponte sobre o rio da Moita, deteve-se durante alguns segundos e continuou a caminhada até ao local onde, pela primeira vez, a tinha visto sem companhia.
Confesso que a sua imagem esguia, o seu andar algo incerto, ficaram gravados no meu espírito, traduzindo uma sensação amarga de esquecimento e abandono.
Passados mais alguns dias, voltei a encontrá-la. Estava sentada junto às palmeiras do largo da praça. Pareceu-me ainda mais magra, dando a sensação que só a pele segurava o seu frágil esqueleto. Mas estava vigilante: procurava com o olhar alguém que nunca mais aparecia. Quando se voltou para mim, nos seus olhos vi todo o desespero do mundo.
Esse olhar atingiu-me como se tivesse disparado um dardo que mais do que atingir o coração, me abriu a cabeça, numa súbita compreensão do drama.
"Morreu, ou está internado no hospital, ou, ainda pior, no asilo, esse arquivo de mortos adiados. Estará preso?"
Se morreu, só Deus pode ressuscitá-lo.
Senhor Doutor, senhor Guarda, senhor Juiz: "Soltem-no!".
Esse homem não é um vadio. Nem pode ser um criminoso: tem tanto amor para dar. Eu sei que veste roupas andrajosas, está sujo, cheira mal, a suor e a vinho. Mas não pedia esmola: vendia o produto do seu trabalho. Estou pronto a testemunhá-lo. Comprei-lhe muitos cestos de cana que tenho em casa, como prova do que afirmo.
Apreciei, algumas vezes, nas manhãs frias de Inverno, ele junto da fogueira, perto da barraca onde dormia, a cortar e a alisar as canas que utilizava no fabrico dos seus cestos, com os quais, julgava eu, conquistava a sua independência, o seu direito de viver em liberdade.
Posso testemunhar, também, senhor Doutor, senhor Guarda, senhor Juiz, que não sei se ele comia restos ou não, o que sei é que para a sua companheira, comprava o que de melhor havia no mercado. Foi ele que me pediu, à porta do supermercado:
-" A mim não me deixam entrar. Tem aqui cinco euros. Por favor, compre duas latas de Pedigree para a minha cadela."
Ouviram, senhores Médicos, Juízes, Guardas: Soltem-no!
Senhores da Liga dos Direitos dos Animais: a cadela ainda lá estava ontem, à espera. Recusa-se a comer.
Apressem-se! Temos pouco tempo para os salvar!

Texto de António Tapadinhas

domingo, 5 de dezembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria X

[Postado por A.Tapadinhas]


Moinhos de Alburrica Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x50cm
(clique sobre a imagem)

Éolo
Já devem ter notado que os deuses gregos têm relações de tal maneira conflituosas, que será melhor não nos metermos nas suas querelas familiares.
Éolo interessa-me porque, segundo a Odisseia, tratou com deferência Ulisses, ofertando-lhe um odre em que estavam encerrados todos os ventos com excepção dos Zéfiros que o levariam a sua casa, em Ítaca.
Ulisses, fundador da cidade de Lisboa segundo a lenda, daí também os seus habitantes serem chamados de ulissiponenses, tem no Castelo de S. Jorge uma torre com o seu nome. Nesse local, está instalado um mecanismo óptico inventado por Leonardo Da Vinci no século XVI, um Periscópio, único existente em Portugal, que permite observar a cidade a 360º em tempo real, incluindo a margem esquerda do Tejo.
Nesta paisagem que eu, recorrentemente, fotografo e pinto, o grande destaque vai habitualmente para os moinhos de vento de Alburrica. Desta vez, queria destacar a paisagem circundante, o céu e, claro, o Rio Tejo.
Mas não consegui resistir à beleza da embarcação beijada pelas águas calmas do rio!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sentimentos quanticos

[Postado por Flavio Ferrari]

Metamórficos
Hora materiais, hora energéticos
Dialéticos
Colidem em transformação
Ilusão
Nem sempre é o que parece
Sente
E esquece

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria IX

[Postado por A.Tapadinhas]


Convite para um café Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 80x100cm

Esta tela está em Zambujeira do Mar, num monte alentejano que pertence a um grande amigo meu. Está lá, porque foi a prenda de anos que a sua mulher lhe ofereceu.
De vez em quando, passo uns dias no monte para fazermos grandes (ás vezes pequenas, mas não é o mais importante) pescarias na foz do rio Mira, ou nas praias da costa alentejana.
No monte, sento-me numa cadeira com fundo de palha, semelhante à que tenho na tela, frente a frente, separados por uma mesa. Sinto que aquele lugar na cadeira, não está vazio: Vincent Van Gogh ocupa-o. E eu vejo-o lá: os seus cabelos e barba vermelhos, o seu rosto anguloso com rugas bem vincadas e, sobretudo, os seus penetrantes olhos verdes a dizer-me... não me atrevo a dizer o quê...

domingo, 21 de novembro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria VIII

[Postado por A.Tapadinhas]


Muro dos Bacalhoeiros - Porto Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 64x54cm

O país não precisa de quem diga o que está errado; precisa de quem saiba o que está certo.Agustina Bessa-Luís

Há uma certa tendência para considerar a nossa cidade, a nossa terra, a nossa rua como o centro do Universo, o local mais... mais... umbilicus mundi. Eu não dizia que o melhor do Porto era a auto-estrada para Lisboa mas, para ser sincero, esta cidade não me entusiasmava especialmente.
Até que...
Comecei a pintar e um dia fui ao Porto, para ver uma exposição na Fundação de Serralves. A exposição chamava-se Amadeo Sousa-Cardoso/Piet Mondrian, em que se apresentava o diálogo entre dois pintores que, apesar de nunca se terem conhecido, tiveram um percurso muito semelhante, abandonando o seu país natal para viver em Paris, a cidade onde se concentravam os movimentos vanguardistas da sua época.
Cheguei de manhã, bem cedo e resolvi passar pela Ribeira. Disse Aquilino:
“Este trecho do Porto com fragatas a chocalhar contra o cais, a selva de mastros, o mercado de galinhas, truculências, aleijões, uma mulher que mostra a perna monstruosa com elefantíase, tísicos de tigela à banda, lembra as velhas cidades hanseáticas com todo o seu tropo-galhopo de coisas”.
E depois as casas carregadas de janelas/olhos, cores/lantejoulas, pedras/musgo... e depois o rio Douro... e depois os barcos rabelo... meu Deus, não tinha olhos, ouvidos, nariz, cérebro, rolos de máquina fotográfica, para guardar tudo o que me cercava... mas tudo me ficou agarrado à pele como a tinta indelével duma tatuagem.
Da minha vertigem pela Ribeira do Porto, resultou uma das telas de que mais gosto, e que por isso continua em minha casa: esta que mostra o Muro dos Bacalhoeiros.
É uma obra em que utilizei cores fortes, com as suas complementares bem próximas, para salientar a força que emana daquelas pedras. Não satisfeito com o resultado obtido, procurei reforçar essa sensação com a mistura de areia na tinta, criando o aspecto rude e rústico das rochas, que falam connosco como as castiças gentes do Porto.
Nesta obra, as janelas das casas deixam de ser elementos “apenas” decorativos: estão humanizadas com a sugestão de roupas penduradas e vasos de flores que lembram as pessoas que as habitam.
Sei por experiência própria do mau gosto associado à escolha das molduras para as obras de arte. Não sei se por força da sugestão dos vendedores, que mais do que servir os clientes, querem vender as mais caras, ou por pressão do dono que quer valorizar uma obra que deve valer por si própria. Há casos em que a moldura fica mais cara do que a peça que contém.
Para este quadro, fui eu que fiz a moldura: cortei e pintei a madeira com a mesma tinta que utilizei na tela. Utilizei o azul ultramarino (deep), misturado com um pouco de vermelho de cádmio, para o escurecer ao mesmo tempo que o torna menos frio.
É este Porto sentido que eu pretendi retratar. Sempre que passo por esta obra não resisto a dar-lhe uma nova mirada. E ela retribuiu como uma amiga fiel: sempre lhe descubro novos encantos!

sábado, 13 de novembro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria VII

[Postado por A.Tapadinhas]


Sé de Lisboa Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 90x100cm

A IMPORTÂNCIA DA EMOÇÃO
Nas exposições o pintor é naturalmente procurado para explicar determinados pormenores das obras, ou para receber uma grande variedade de comentários, porventura elogios dos visitantes. Um dos mais comuns, para uma obra deste género, é: “Oh! está tão realista! Parece uma fotografia”. Estas palavras ditas como um elogio, limitam-se a constatar a capacidade técnica, académica, do artista.
No início das minhas apresentações em público, este “elogio” satisfazia o meu ego. Agora, prefiro ouvir um comentário sobre o ambiente, a sensação, a emoção que a obra causa. Quando ouço aquele elogio, apetece-me dizer:
-Por favor, emocione-se!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria VI

[Postado por A.Tapadinhas]


Gigante Caído Acrílico sobre Tela 30x40cm
Autor António Tapadinhas

Os atenienses, apesar dos seus doze deuses principais, com receio de ferirem susceptibilidades, criaram um templo dedicado ao deus desconhecido. Se não serviu para mais nada, a sua existência ficou justificada com a obra-prima, “A um Deus Desconhecido”, de John Steinbeck.
Nesta novela telúrica, panteísta, Joseph Wayne, para cumprir o desejo do pai, vai viver para uma terra de vales imensos e de majestosas árvores. Depois da sua morte, Joseph acredita que a alma do pai se recolheu no imponente carvalho, junto da casa. A partir desse momento, a sua vida fica ligada umbilicalmente, de uma forma mística, ao destino da árvore. Como quase sempre acontece, é por uma boa razão, em nome de Deus, para o salvar do fogo do inferno, que seu irmão assassina o velho carvalho, cortando-lhe as raízes. O sentimento de tragédia, presente nas páginas da novela, começa a adensar-se com a seca que invade a terra e atinge o seu paroxismo quando Joseph se suicida. Com “o sangue a gorgolejar das artérias abertas”, ele diz: “Eu sou a terra e sou a chuva. A erva brotará de mim dentro em pouco.”
Num passeio pelos sapais do Tejo, perto de minha casa, logo a seguir às ruinas do Moinho da Charroqueira, encontrei um sinal das intensas chuvadas e fortes ventos: um pinheiro-manso (Pinus pinea) caído, suportado, de um lado, pelas suas raízes, e do outro, como que amparado por braços amigos, com as ramagens na terra. Lembrei-me de imediato da árvore assassinada em nome de Deus.
“E a tempestade recrudesceu e, com um enorme cachoar de águas, cobriu de sombra o mundo.”
Eu sou mais optimista.
Foi assim, cheio de cor, que vi o velho gigante…

Texto de António Tapadinhas

sábado, 30 de outubro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria V

[Postado por A.Tapadinhas]


Vai um copo? Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre tela 100x120cm

Fado, Malhoa, e o que mais adiante se verá...

Estava a jantar com minha mulher,
algo que não faço tantas vezes como devia
num restaurante de que eu gosto muito, porque para além da excelente qualidade da comida,
o que por si só, já seria um bom motivo para o frequentar
também aprecio o bom gosto das telas expostas,
são todas minhas
quando o meu amigo Bernardo, dono do restaurante,
curiosamente, quando estive no Rio de Janeiro, fiz questão de passar um dia na “Ilha do Bernardo”, para lhe trazer uma lembrança da “sua” ilha
me pediu para atender um senhor, construtor civil, que queria fazer-me um pedido.
normalmente é para ver se eu concedo um desconto nalguma obra exposta
Acedi, sem grande esperança. Afinal, estava redondamente enganado com as suas intenções!
acontece aos melhores!
O senhor queria que eu lhe fizesse uma tela, grande,
grande – substantivo, não, grande – adjectivo
para colocar na adega da sua casa, que seria inaugurada dentro de alguns meses.
Quando comecei a dar a desculpa habitual para me esquivar a aceitar compromissos,
estilo: “Não tenho tempo! Estou muito ocupado"

o senhor não quis ouvir as minhas razões
era construtor civil, lembram-se?
e disse-me que até tinha ideia do que queria. Aí eu fiquei atento!
construtor civil com ideias, coisa estranha!
Queria que eu fizesse um quadro ao estilo de Malhoa,
José Malhoa, pintor português, naturalista, 1855-1933
com aquela conhecidíssima figura da sua obra “Festejando o S. Martinho”.
repetida em reproduções baratas, ad nauseum
Achei um bom desafio: não tinha muita paciência para pintar como Malhoa,
à data da sua morte o seu estilo já era contestado pelos mais novos
mas como também não tinha dinheiro, resolvi aceitar a encomenda.
fiz mal como se verá!
Para não fazer uma cópia do óbvio, resolvi criar uma composição com duas obras de Malhoa e seleccionar cartazes da época
para o meu ego não ficar muito ferido
para pregar nas paredes da tasca onde se iria passar a cena.
Triste!
Para dar algum realismo às paredes, adicionei areia à tinta,
as pintinhas, suponho que parecem aquelas coisas que as moscas deixam nas paredes
e o claro-escuro do interior, mais escuro ainda, como é costume para ouvir os acordes plangentes da guitarra e os sons maviosos do cantor de fado.
e ninguém notar se quisermos dormir uma soneca!
Quando a obra ficou pronta, combinei com o meu amigo Bernardo, colocá-la no restaurante e o senhor construtor passar por lá para a poder apreciar em todo o seu esplendor. Adorou-a! Mas
há sempre um mas
não lhe convinha fazer mais despesas, naquela altura!
a crise toca a todos, não é? Menos aos pintores, acho eu...
E assim fiquei com uma obra que está exposta no “Restaurante Napolitano” do meu amigo Bernardo. Acreditam que já foi mandada guardar por um senhor que teve de sair para os Açores e ainda não apareceu?
Até hoje!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Viva!

[Postado por Walmir Lima]


Viva!

Morre lentamente
Quem não viaja, quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
Quem destroi seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,
Quem se transforma em escravo do hábito, repetindo, todos os dias, os mesmos trajetos,
Quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma nova paixão e seu redemoinho de emoções que, justamente, resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Viva,
Arrisque,

Não se deixe morrer lentamente!
.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria IV

[Postado por A.Tapadinhas]


Cenáculo Autor António Tapadinhas
Díptico Acrílico sobre Tela 2x60x100cm


Pormenor


Pormenor

Cenáculo, nome dado à sala, à reunião, em que Jesus Cristo celebrou a ceia. Por ext.
Reunião qualquer de pessoas unidas para um fim comum, especialmente sociedade ou grémio literário.


Quando um casal meu amigo me convidou para almoçar porque queriam falar comigo sobre um assunto importante, não fazia ideia de qual seria o tema da conversa. Durante o almoço foi crescendo a minha curiosidade que, finalmente, foi saciada na hora dos cafés. Tinham um espaço nobre da casa que queriam preencher com uma obra minha. Deixavam ao meu critério todos os pormenores: cor, técnica, estilo, tamanho... Aceitavam qualquer sugestão porque confiavam em mim...
Se não fossem meus amigos, a partir desse momento ficaria a considerá-los como tal: depositar no meu critério o preenchimento dum espaço do seu lar, com que iriam conviver para o resto da sua vida, mais do que uma prova de amizade, é uma prova de amor...
Poucas pessoas, os dedos de uma mão chegam para as contar, têm uma obra oferecida por mim, se descontar aquelas que ofereço para serem leiloadas para instituições de solidariedade. Fiquei marcado pelas lágrimas de uma aluna minha, que ofereceu uma das suas obras a um familiar, e foi surpreendida por a ter encontrado escondida na gaveta dum armário, na despensa. Não sei que maior ofensa se pode fazer ao trabalho de alguém, independentemente do seu valor artístico! Agora, aconselho os meus alunos a fazerem como eu: para desfazer dúvidas sobre o interesse de alguém sobre uma obra, peço um montante por ela, nem que seja simbólico. A reacção é sempre esclarecedora... Em qualquer altura, encontraremos a oportunidade de devolver a quantia recebida sem o amigo notar: no aniversário, no Natal... que pode ser quando quisermos.
Coloquei uma condição: teriam de me convidar para ir a sua casa, tomar um café e uma bebida. Claro que foi aceite, pois nem sequer era uma condição, era um prazer – disseram.
Passei parte do tempo num convívio do qual não tirei muito partido porque volta não volta, estava a pensar na principal motivação dessa minha visita. Registava mentalmente a cor da parede com luz, sem luz, na sombra, tomava nota do tom da mobília, das peças que envolviam toda a enorme sala comum, com a confortável lareira, e as portadas envidraçadas por onde jorrava a luz... Ah! Falta dizer que o local onde a peça seria colocada era na parede fronteira à mesa, no espaço da sala de jantar.
Quando a tela ficou completa combinámos a entrega da obra, com a sua instalação no local onde iria morar. Pedi aos meus amigos que fossem brincar com o seu belo cão para o jardim enquanto eu colocava o díptico. Podem imaginar (se calhar não podem!) a minha angústia expectante quando eles voltaram para ver pela primeira vez a obra no local escolhido. Eu fiquei em êxtase com a sua reacção, talvez por contágio...
A Beleza reside no mundo das ideias e o Belo é identificado com a perfeição, com a verdade. A partir da beleza emanada por uma obra podemos chegar à beleza superior do Homem.
Uma vez por outra, é bom esquecer imperfeições...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ao Mestre, Com Carinho

[Postado por Walmir Lima]

Hoje é o Dia dos Professores

Minha homenagem a este que considero...

"O Maior dos Operários"


.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria III

[Postado por A.Tapadinhas]


YING – YANG Autor António Tapadinhas
Díptico Acrílico sobre Tela 2x100x60cm

Para melhor compreensão desta obra é necessário ter a noção do que significam estas palavras.
Segundo a concepção oriental, o universo era uno e sem movimento, até se ter cindido em duas espirais de energia, com dois princípios opostos, mas complementares entre si: Ying, o elemento feminino e Yang, o elemento masculino. Estes dois elementos primordiais são essenciais para manter o equilíbrio dinâmico do universo e são um conceito tão puro que se pode aplicar a qualquer coisa. Ying é escuridão e Yang é luz, Ying é lua e Yang é sol, Ying é água e Yang é fogo... Tudo que existe contém estes dois princípios, portanto qualquer discriminação entre eles não faz qualquer sentido, porque um não existe sem o outro.
Esta obra foi criada para duas pessoas especiais (Ying e Yang) que habitavam um certo espaço. As suas cores reflectem a energia vital que uma sala de grandes proporções, com paredes brancas, precisa para tornar o ambiente acolhedor, caloroso, luxuoso, festivo... As suas dimensões foram estudadas para evitar que, em conjunto com o dinamismo das cores, se tornasse demasiado absorvente e dominadora.
Depois de analisar estes aspectos mais conceptuais, a execução foi simples.
Numa tela, Ying, estendi o amarelo cadmium medium hue, na outra, Yang, o vermelho cadmium hue. Reservei espaços iguais nas extremidades esquerda e direita, bem como na parte superior de cada uma das telas. A seguir pintei o vermelho sobre o amarelo, tendo o cuidado de deixar respirar esta cor, ou seja, deixar o observador sentir o amarelo, mesmo nas zonas cobertas pelo vermelho. Na outra parte do díptico, devido ao fraco poder de cobertura do amarelo, foi necessário adicionar um pouco de branco de titânio. Para compensar esta perda de intensidade, misturei um pouco de amarelo cadmium deep hue.
Esta obra é um elo de ligação entre estas duas pessoas, independentemente da distância que as separar...
Deixo a interpretação dos outros símbolos para a vossa fértil e criativa imaginação!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria II

[Postado por A.Tapadinhas]


A Grande Caminhada
Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 60x60cm

Esta obra ganhou vida por ela própria. A ideia inicial era, numa tela já pintada com cores ocre, texturada, com incisões horizontais espaçadas e verticais mais próximas, pintar séries de cores frias e quentes, no plano horizontal. Queria incutir no espectador uma sensação de grupos heterogéneos a caminhar, determinados, na obtenção de um objectivo misterioso. Este estudo serviria para preparar uma tela mais ambiciosa para uma bienal de prestígio – Prémio Vespeira. O problema foi que gostei tanto deste estudo que não me quis copiar. Na versão final, mais elaborada e de maiores dimensões, nem o título mantive. Esta tela continua comigo e não é mais um estudo – tem um lugar de destaque entre as obras que criei.
Representa a Grande Caminhada do Homem na descoberta do seu ADN.

sábado, 2 de outubro de 2010

d´Arte - Conversas na Galeria I

[Postado por A.Tapadinhas]


Título: Marionetas
Autor: António Tapadinhas
Técnica: Acrílico sobre papel
Dimensões: 31,2x24,0 cm
(clic sobre a imagem para ver pormenores)

Hoje é um dia especial! Inauguramos uma galeria de Arte com as condições ideais para receber os seus amantes. Sala nobre, ampla e bem iluminada, a que todos têm acesso, a qualquer hora, sempre grátis, sem qualquer restrição de idade, raça, religião ou indumentária.
Tem uma característica única: a sua acústica dá para ouvir as conversas e até os pensamentos dos seus visitantes…
A “d´Arte”, no Prozac Café, é inaugurada com o trabalho “Marionetas”, que está exposto, desde dia oito deste mês, na Casa da Cultura de Gdansk, cidade no norte da Polónia, onde se iniciou a revolução liderada por Lech Walesa. Nesta exposição estarão representados oito artistas polacos e oito portugueses, tendo como tema, KOLOROFON, a relação entre arte contemporânea e o universo pictórico da criança.
Pretende explorar as possíveis e subjectivas relações que podem existir entre os criadores e um universo infantil que tem marcado a criação visual e plástica desde o início do século XX.
Já sabem: Vernissage todos os sábados!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Iniquidades

[Postado por Walmir Lima]

Ando meio sufocado ao vislumbrar mais uma vitória das iniquidades, a se confirmarem as previsões das próximas eleições.

Passa o tempo e minha geração, que fez acontecer os maiores feitos da humanidade, permitiu o avanço das nulidades, tão antes cantado por Rui Barbosa.

Também tenho vergonha.

Walmir Lima

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Alexandre Wollner

[Postado por Carol Dias]



Oi gente, to sumida ?

"Alexandre Wollner (São Paulo, 1928) é um designer gráfico brasileiro.
Wollner é considerado um dos principais nomes na formação do design moderno no Brasil, tendo participado de uma série de entidades importantes no fortalecimento do design brasileiro.
Wollner, quando adolescente, estudou no Instituto de Arte Contemporânea do Museu de Arte de São Paulo. Devido ao talento precoce, conseguiu uma bolsa para estudar na recém criada Escola da Forma de Ulm (sucessora da Bauhaus).
Ao voltar ao Brasil, criou, juntamente com Geraldo de Barros, Ruben Martins e Walter Macedo, a FormInform, escritório pioneiro em design no país.
Embora não tivesse o diploma de "designer gráfico" reconhecido, ganhou permissão especial do Ministério da Educação para dar aulas em cursos superiores, participando assim, da fundação da primeira escola de design do país, a Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro
."
(Wikipedia)

Apareci só pra postar uma foto da palestra de ontem na facul.
Ta, pra quem conhece, Alexandre Wollner divide opiniões: ou é um velhote que nem design mais faz, ou é "O" cara que manja tudo de design =)

Pra mim, em resumo, fica o agradecimento. Afinal, provavelmente, sem ele eu não estaria feliz por encontrar algo que tanto amo.

E sim, não tirei foto com ele pra colocar no Orkut e escrever na legenda "Eu e o mestre" como todos os outros 364759903 alunos que nem sequer sabiam quem ele era. Sou cricri né? =)

Noite Literária

[Postado por Walmir Lima]



Amigos,

"Noite Literária" de Jundiaí, promovida pela Editora In House.


No evento (veja convite acima), que vai acontecer hoje no Espaço Rosso Bianco, a partir das 19h30, além o lançamento de livros de vários escritores consagrados, como nosso amigo Jorge Lemos, com "Vento Que Leva...", haverá também o lançamento da nova edição de "JLetras", uma antologia poética que conta com a participação de vários novos escritores (incluindo poemas de Walmir Lima e de Ernesto Dias Jr.) trazendo consigo uma nova energia para a publicação. O resultado é uma edição repleta de novidades.

domingo, 19 de setembro de 2010

Abandonado

[Postado por Flavio Ferrari]

Saudosa maloca
maloca querida
dindindonde nóis passemo
dias feliz de nossa vida

domingo, 8 de agosto de 2010

Feliz Dia dos Pais

[Postado por Walmir Lima]

Feliz Dia dos Pais a todos.

Com destaque ao Ernesto Dias, que é um verdadeiro alteroFILHISTA.

Já levantou 5 filhos!

sábado, 24 de julho de 2010

Vento Que Leva

[Postado por Walmir Lima]


Vento Que Leva


O mais aguardado evento literário brasileiro, a Bienal do Livro de São Paulo, terá início no próximo dia 12 de Agosto e contará com representantes de Vinhedo e Louveira. Entre eles está o nosso amigo Jorge Lemos que vai lançar o livro "Vento Que Leva – Venturas e Desventuras do Tonhão da Fonseca”.

Entre no Blog do nosso querido Jorge Lemos, "Sombras & Fragmentos" http://www.jlemos.blogspot.com/, e leia matéria, com interessante entrevista publicada hoje no jornal Folha de Vinhedo, sobre o livro e seu autor.

O livro "Vento Que Leva..." será lançado no stand da Editora In House, no Sábado, dia 14 de Agosto, às 15 horas, durante a Bienal do Livro, a ser realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Fica feito aqui também o convite a todos os amigos para que prestigiem este importante evento cultural de nosso país.

Walmir Lima

.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A way of life

[Postado por Anne M. Moor]


sábado, 10 de julho de 2010

Invasão II

[Postado por Walmir Lima]



O Centauro esteve desabilitado por alguns dias.

Como comuniquei na postagem anterior e, por e-mail, aos amigos de quem tinha o endereço, 'O Centauro' foi invadido por um estranho que, de alguma forma, se apropriou da minha senha.

O ‘desinfeliz’ apagou ou mutilou várias postagens e até ‘brincou’ fazendo postagens piratas (obviamente, não autorizadas), como se fosse eu, utilizando um formato bem parecido com o que eu uso. Pelo desempenho, não deve ser criança e conhece razoavelmente as rotinas de postagem do Blogger.

Não sei por que um imbecil desses não monta um Blog próprio (se é que não tem) e faz lá suas estripulias, sem prejudicar ninguém diretamente.

Um Blog é algo muito precioso para quem o mantém e cuida com carinho. Pelo menos, para mim, é, e é muito – Um pedaço de mim mesmo! – e o levo com muita seriedade e esmero.

Por sorte, percebi a interferência rapidamente, consegui trocar a senha e neutralizar a atuação do calhorda antes que ele trocasse a senha e, com isso, me impedisse de ter acesso ao meu próprio Blog. Só espero que ele não tenha tido tempo ou intenção de copiar as configurações básicas (o chamado ‘Modelo’) e clonar O Centauro.

Assim, suspendi o Blog até que eu conseguisse alterar as configurações, restabelecesse a segurança e recuperasse a maior parte do material perdido ou danificado, o que acontece agora.

É bom dizer, também, que em nenhum momento existiu, e não existe, qualquer ameaça ao computador dos visitantes por causa disso.

Nada como ter ‘back-up’. Me foi muito doloroso, mas já recuperei mais de 80% das postagens e, assim, volto a liberar O Centauro para leitura dos queridos interessados.

Espero que desfrutem.

Um beijo a todos,

Walmir

.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Invasão

[Postado por Walmir Lima]

Desculpem-me, mas gostaria de utilizar este nosso espaço para comunicar aos amigos que o meu Blog, 'O Centauro', foi invadido por um estranho (hacker?) que se apropriou da minha senha e fez uma publicação, obviamente não autorizada, como se fosse eu.

Assim, a meu pedido o Blog foi suspenso até que eu consiga alterar as configurações e restabeleça a segurança.

Grato e um abraço a todos,

Walmir

domingo, 4 de julho de 2010

Carinho e amor

[Postado por Anne M. Moor]

Fui motivada pelo post da Suzana. A Lua adora um colo e o "pai" dela. :-)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A VISÃO DE SARAMAGO

[Postado por A.Tapadinhas]



Nos “Cadernos de Lanzarote”, diz Saramago:
“Em bem e em mal, tudo quanto dos editores se conte é sempre menos do que deveria ser contado.

Pior do que isto, é quando os editores têm opiniões, e muito pior é quando as expressam.”
Afirma que alguns editores mesmo quando aceitam o livro são “capazes de aproveitar a oportunidade para tornarem público que o autor, simplesmente, não sabe o que faz. A mim aconteceu-me esta humilhação, com Michael Naumann, que, um dia, em sua própria casa, diante de convidados, declarou alto e bom som que o Baltasar de Das Memorial, ao contrário do que eu havia escrito, não tinha morrido nas fogueiras da Inquisição e vivia feliz e contente com a sua Blimunda. Tentei explicar que seria impossível a alguém, naquelas circunstâncias, amarrado a um poste e com uma fogueira enorme aos pés, escapar com vida, mas Michael Naumann fitou-me severamente e repetiu: “Se eu digo que não morreu, é porque não morreu!”
E, logo a seguir, Saramago, interroga-se: “Desde então tenho vivido a perguntar-me se de facto não me terei enganado, se me terei esquecido de escrever as linhas que faltavam, aquelas que descreveriam a libertação de Baltazar, a fuga, a felicidade com Blimunda.”
Se tudo o que se diz de um editor, nunca chegará ao que deveria ser contado, em bem e em mal, não haverá ninguém que ouse criticar, a pessoa que, numa recensão crítica, se atreva a aventar um pensamento, um molho de pensamentos, numa conversa, que como as cerejas, vêm umas a seguir às outras, a editora, com a conselheira ou a mulher, Pilar, que até poderão ser uma e a mesma pessoa, como as que se vêem nos espelhos, que sendo as mesmas, não o são na realidade, ao sugerir-lhe, ela também, mas por maioria de razão, por estar mais próxima que qualquer pessoa, um final diferente para o “Ensaio sobre a Cegueira”.
Quem está a escrever este texto, não quer ter os louros de uma imaginação fértil, como se fosse um coelho tirado da cartola do mágico, que antes estava vazia, como vazia ficará depois de cumprir a sua missão de voltar à cabeça do seu dono, ou da terra virgem donde nasce uma flor, que, não sabendo, sabemos que estava lá uma semente, porque se lembrou do lançamento do “Ensaio sobre a Cegueira”, exactamente a 16 de Outubro de 1995, com o lamento de não poder precisar a hora em que me ocorreu o pensamento de perguntar ao laureado autor, se alguma vez lhe terá ocorrido um final diferente para o referido Ensaio, e não outro qualquer, porque não teria cabimento estar a misturar alhos com bugalhos, como poderia acontecer se eu, ao falar de coelhos, me lembrasse da competência com que o próprio se avalia ao desnocar a nuca dos pobres leporídeos com uma pancada seca do cutelo da mão…( pag. 176)
Por muito que a imaginação dos homens ainda não tenha dado sinal de esgotamento, se esquecermos aqueles escritores ou pintores, para não falar de outros que poderão sofrer da mesma doença que a seguir descrevo, que depois de escreverem um livro ou pintarem um quadro, bem recebido pela crítica, e dos quais terão recebido fartos proventos, continuam a escrevê-lo e a pintá-lo de diferentes maneiras para serem sempre iguais, ainda podemos pensar que a mulher do médico, em vez de ficar a ver tudo branco, podia continuar com a visão para acompanhar o seu marido, como fez durante a doença inexplicável de toda a gente. Não seria de admirar que, à semelhança do editor, agora poderia ser o agente artístico, logo se levantasse a sua voz a criticar o final feliz, a história cor-de-rosa, o que não seria de todo inesperado, porque todos nós sabemos que o povo tem sempre razão e foi ele que disse, Preso por ter cão e preso por não ter, de acordo com os latinos que já diziam, sabedores que eram, Vox populi, vox Dei…
Para evitar as críticas, como um maometano evita a carne de porco, seria natural que a mulher do médico, embora não goste de tratar assim a heroína de um livro, não me atrevo, se não se atreveu o seu galardoado criador, porque não quis, eu, talvez porque não posso, a dar-lhe um nome, acabasse por sentir que era desleal para os seus companheiros e mormente para o seu marido, que como se sabe também deve ser companheiro, manter o dom da visão e, se aproveitasse das competências dele para fazer a operação que a tornasse igual a todos, e prescindisse dela, dado que em ocasiões já relatadas, a tinha forçado a ver aquilo que não queria.
Esta hipótese, se acaso ocorreu ao nosso agraciado autor, seria liminarmente recusada porque como soe dizer-se, gato escaldado da água fria tem medo e seria um final que conduziria, mesmo o leitor mais desprevenido, para o conto “Em terra de cegos…” (edição portuguesa da Padrões Culturais Editora, de 2008), de H. G. Wells, em que num vale longínquo e quase inatingível, todas as pessoas são cegas há catorze gerações, e por isso já não sabem que são cegas, até chegar um viajante, que lhes fala do mundo exterior e lhes tenta explicar o que é a visão, mas sem resultados, porque também não seria nada fácil explicar a um morcego, se acaso pudéssemos comunicar com ele, que tem capacidades sensoriais como o sonar, que nem eu nem o leitor têm, apesar de o homem o ter inventado para os navios e os submarinos, e agora para as bombas inteligentes, para prescindir dos seus atributos naturais, em compensação duma visão, para ele desconhecida, de tal maneira que seria o desventurado viajante a eliminar a sua visão, como se extirpasse um tumor doentio, que não era de onde vinha, para não ficar prejudicado em relação aos seus agora e para sempre conterrâneos, como poderá confirmar um leitor mais descrente, se se der ao trabalho de ler o conto, como foi escrito pelo seu criador.
A páginas 310 do Ensaio sobre a Cegueira, a mulher do médico, a que não tem nome, o que não deixa de ser estranho para quem escreveu um livro com o título ”Todos os Nomes”, ou talvez não, se por hipótese os gastou todos, diz, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.
Um leitor mais informado, começaria a achar demasiado óbvias as semelhanças com a “alegoria da caverna” de Platão, o que não sendo um mal em sentido abstracto, começaria a ser um problema para um autor que escreveu “A Caverna”, inspirado na outra, a de Platão, se nos lembrarmos do que foi dito sobre, agora esquecemos os pintores, escritores que vão reescrevendo a mesma obra, só, e não será pouco, pensarão alguns, porque foram vendidos muitos milhares de exemplares, e ganhou alguns prémios de nomeada, talvez o Nobel.
Como por mim já foi escrito, não serei eu a outorgar-me o direito de ser considerado alguém com uma imaginação acima do mais comum dos mortais. Por isso, tenho de encerrar as hipóteses de final para uma obra, que tendo muitos finais à sua disposição, por muitos e bons motivos, como acima tentei explicar, teve o único final possível.
As últimas palavras escritas foram, A cidade ainda ali estava.
Os livros também!

António Tapadinhas

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Plano motivacional

[Postado por Flavio Ferrari]

Sempre que viajo a outros países procuro aprender o que posso sobre a cultura local.  É uma das coisas que mais me encanta do ponto de vista pessoal.
E, profissionalmente, aproveito para conhecer novos negócios e técnicas de gestão.
Nesta rápida visita ao Paraguay chamou minha atenção um aspecto em particular relativo ao plano motivacional para os jogadores da seleção Albiroja (vermelha e branca, como é carinhosamente chamada a equipe daquele país).
O Diário Popular, na sua edição internautica, publicou uma nota na seção "A puro chisme" (chisme é fofoca em espanhol) com o título "Asi se alienta la Sele" (assim se motiva a seleção), ilustrada com a foto produzida pelas "rubiazas" (louras) Janet Gamarra, Luz Cena y Priscila Samaniego, produzida com a intenção abnegada de animar o esquadrão paraguaio.
Aqui, na terra do samba e do carnaval, Dunga não acredita na eficiência do futebol pós-coito e exige o celibato na concentração.
Perguntei a um consultor especializado no assunto se não valeria a pena, pelo menos, oferecer uma premiação equivalente pelas vitórias o que seria feito, obviamente, após cada jogo.
Ele me respondeu que após profundos estudos conclui-se pelo modelo de equivalência financeira, já que as preferências dos jogadores da seleção, mesmo sem o Ronaldo, podem variar.
Eu rebati dizendo que considero que o dinheiro é um prêmio muito sem graça ao que ele me respondeu:
- Meu caro, na quantidade que eu e você ganhamos, até pode ser ....
Assunto complexo ... acho que vou ter que entrevistar las rubiazas na próxima visita ao Paraguai.

Reflexões numa noite fria...

[Postado por Anne M. Moor]

Prozac Café, tão carinhosamente nomeado por um grupo que, cutucados pelo Ernesto e o Flávio, criaram este espaço para abrigar nossos amigos da blogosfera que não tinham blog. Lu, pessoa linda, profunda e amiga sincera de muitas conversas e trocas de ideias. Ana Castillo, da Espanha, poeta sensível com uma vida riquíssima e companheira do "café". António que com suas pinturas e escritos nos conquistou a todos. Udi, viva, amiga e companheira da caminhada e dos momentos de instrospecção. Walmir, que começou singelamente com seu blog a nos encantar com sua escrita sensível. Jorge Lemos, nosso poeta mor e contador de causos sensacionais. Angela que se juntou a nós com seus comentários e suas ideias inteligentes. Érica, nossa caçula no Café, com uma efervescência contagiante. Amanda, no meio de viver sua vida e construir a família... Carol, que transborda no Café vez por outra e nos diverte com seus escritos - bem filha do pai... Estrelinha, em meio ao seu curso de Direito nos fazendo rir com suas histórias. Gui com suas histórias tão bem escritas sobre o cotidiano. Raquel, que se juntou a nós depois de uma temporada aqui em casa. E alguns que nos acompanhavam silenciosos neste café em um encontro muito louco. Ah, sem esquecer a Tina, nossa professora de sempre, querida, didática e competente! Saudades deste encontro muito louco, de todos nós que sumimos daqui.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O VELHO QUE FAZIA CESTOS

[Postado por A.Tapadinhas]


O Homem que Fazia Cestos
Desenho Tinta da China sobre papel 32x24cm

Num dia igual a outros, dirigia-me para casa e, ao fazer a rotunda da Moita, olhei naturalmente para o terreno baldio que continua a existir, paredes-meias com a catedral de consumo ali implantada. E reparei nela.
Estava junto às cinzas das inúmeras fogueiras acesas durante o Inverno, no que me pareceu uma posição tranquila de descanso, indiferente a quem passava, um tímido raio do sol da manhã a acariciá-la.
Passados uns dias, não sei se muitos, porque à medida que envelheço, os dias ficam pequenos para fazer as coisas importantes que fui adiando, voltei a vê-la.
Passava, lentamente, em frente da taberna, sem olhar para nenhum lado, os olhos, melhor, todos os sentidos agarrados às pedras da calçada. Pareceu-me mais magra e suja.
Atravessou a rua com o seu passinho miúdo, não olhou sequer para dentro do quartel da GNR, seguiu em frente, fez a curva que a levou à ponte sobre o rio da Moita, deteve-se durante alguns segundos e continuou a caminhada até ao local onde, pela primeira vez, a tinha visto sem companhia.
Confesso que a sua imagem esguia, o seu andar algo incerto, ficaram gravados no meu espírito, traduzindo uma sensação amarga de esquecimento e abandono.
Passados mais alguns dias, voltei a encontrá-la. Estava sentada junto às palmeiras do largo da praça. Pareceu-me ainda mais magra, dando a sensação que só a pele segurava o seu frágil esqueleto. Mas estava vigilante: procurava com o olhar alguém que nunca mais aparecia. Quando se voltou para mim, nos seus olhos vi todo o desespero do mundo.
Esse olhar atingiu-me como se tivesse disparado um dardo que mais do que atingir o coração, me abriu a cabeça, numa súbita compreensão do drama.
"Morreu, ou está internado no hospital, ou, ainda pior, no asilo, esse arquivo de mortos adiados. Estará preso?"
Se morreu, só Deus pode ressuscitá-lo.
Senhor Doutor, senhor Guarda, senhor Juiz: "Soltem-no!".
Esse homem não é um vadio. Nem pode ser um criminoso: tem tanto amor para dar. Eu sei que veste roupas andrajosas, está sujo, cheira mal, a suor e a vinho. Mas não pedia esmola: vendia o produto do seu trabalho. Estou pronto a testemunhá-lo. Comprei-lhe muitos cestos de cana que tenho em casa, como prova do que afirmo.
Apreciei, algumas vezes, nas manhãs frias de Inverno, ele junto da fogueira, perto da barraca onde dormia, a cortar e a alisar as canas que utilizava no fabrico dos seus cestos, com os quais, julgava eu, conquistava a sua independência, o seu direito de viver em liberdade.
Posso testemunhar, também, senhor Doutor, senhor Guarda, senhor Juiz, que não sei se ele comia restos ou não, o que sei é que para a sua companheira, comprava o que de melhor havia no mercado. Foi ele que me pediu, à porta do supermercado:
-" A mim não me deixam entrar. Tem aqui cinco euros. Por favor, compre duas latas de Pedigree para a minha cadela."
Ouviram, senhores Médicos, Juízes, Guardas: Soltem-no!
Senhores da Liga dos Direitos dos Animais: a cadela ainda lá estava ontem, à espera. Recusa-se a comer.
Apressem-se! Temos pouco tempo para os salvar!

domingo, 9 de maio de 2010

Pequena indulgência dominical

[Postado por Flavio Ferrari]

Jantar frugal: capelete de queijo ao molho de tahine puxado no curry com uma pitada de canela e servido com raspas de castanha do Pará ...
Fui muito gentil comigo ...

Mãe - Um Beijo Carinhoso

[Postado por Walmir Lima]


Um beijo carinhoso a todas as Mães,

Às que são,
Às que um dia foram
Às que ainda serão.

À maior de todas as Musas - Mãe.

Walmir Lima

Imagem: "Mother and Child" by Pablo Picasso
.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Convite

[Postado por Udi]


Assinam o convite: Udi e Raul (Tuca Ferreira)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fotografia

[Postado por Carol Dias]

Sempre escutei ótimas historias sobre os fotógrafos da minha família.
Papai e tio Ari, segundo a minha mãe (suspeitiiissima), eram exímios fotógrafos.
Tenho alguns filtros e acessórios aqui em casa, mas só pra apreciação. Não servem pra minha Canon.
A paixão esta no sangue?
No ultimo domingo, com a faculdade, fui ao zoológico de SP.
E que surpresa boa! Não esperava que fosse quase um parque de diversão para nós!
Entre 534 fotos, separei duas que acho especial.
Um dia lindo, um clima ótimo e bons amigos do lado.
Com preferências em comum, um deles me deu a idéia: usar a lente dos meus óculos como filtro.
Nem de longe é a coisa mais inovadora, mas pra mim foi incrível. O momento registrado e o efeito.


Sem e com efeito da lente. Sem manipulação digital.



Mais no Flickr

Onde o sublime se junta ao geométrico...

[Postado por Anne M. Moor]

Um trabalho sobre política, moral, um pouco de crítica, até um manual na arte de falar em público seria, outras coisas estando iguais, tão melhor por ter sido escrito por um estudioso da geometria. (Bernard Fontenelle - fim Século 17)


`Eu percebo`, disse I, `que o mundo tornou-se tão mecânico que temo que rapidamente nos tornaremos envergonhados dele; eles querem o mundo em grande o que um relógio é em pequeno, que é regular, e depende apenas na eisposição justa de várias partes do movimento. Mas por favor diga-me, senhora, você não tinha uma ideia mais sublime do universo?` (Bernard Fontenelle (1686)


From "Critical Mass - how one thing leads to another" by Philip Ball (2004).
Tradução livre minha...

sábado, 27 de março de 2010

Ardente

[Postado por Udi]




a paixão
a fé
a vida
o coração




Estrela da Terra
Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

Por mais que haja dor e agonia
Por mais que haja treva sombria
Existe uma luz que é meu guia
Fincada no azul da amplidão
É o claro da estrela do dia
Sobre a terra da promissão.

Por mais que a canção faça alarde
Por mais que o cristão se acovarde
Existe uma chama que arde
E que não se apaga mais não
É o brilho da estrela da tarde
Na boina do meu capitão.

E a gente
Rebenta do peito a corrente
Com a ponta da lâmina ardente
Da estrela na palma da mão.

Por mais que a paixão não se afoite
Por mais que minh'alma se amoite
Existe um clarão que é um açoite
Mais forte e maior que a paixão
É o raio da estrela do noite
Cravada no meu coração.

E a gente
Já prepara o chão pra semente
Pra vinda da estrela cadente
Que vai florescer no sertão.

Igual toda lenda se encerra
Virá um cavaleiro de guerra
Cantndo no alto da serra
Montado no seu alazão
Trazendo a estrela da terra
Sinal de uma nova estação



quarta-feira, 17 de março de 2010

Páscoa para designers

[Postado por Carol Dias]




Ufaaa, não tem outra coisa que eu pense durante o dia.
Então um pouquinho de design no dia da Pascoa:
Designontherocks

Tentando atualizar o portfólio
Fotografia
Trabalhos acadêmicos

sábado, 13 de março de 2010

Civilização e barbárie

[Postado por Udi]

"O poeta existencialista é aquele que jamais se esquece que esse homem civilizado, urbano, sofisticado, é também um animal. Toda sua animalidade, sua sexualidade, suas patologias, seu espírito predador, carnívoro, tudo isso permanece nesse homem. Sublimado, mas permanece. A qualquer momento pode explodir."
Abel Silva em entrevista a Carlos Didier (aqui)

imagem extraída daqui

(ainda pasma com as mortes de Glauco e seu filho e tentando ajudar minha filha a aplacar a tristeza pela perda do amigo Raoni)

Fim de semana

[Postado por Flavio Ferrari]


Cansado de vagar
e posto
a divagar


(inspirado no poema da Anne)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Tchau Glauco e Raoni... see you!

[Postado por Udi]

Decerto ele teria algo para dizer e nos fazer rir...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

MINICONTO

[Postado por A.Tapadinhas]

Fui visitado por um amigo (http://jefhcardoso.blogspot.com) no meu blogue e, ao retribuir a visita, deparei-me com o conceito de Miniconto.
Buscando na Wikipédia, li:
O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras:
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
Assim como o estadunidense Ernest Hemingway é autor de outro famoso miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma história de tragédia familiar:
Vende-se: sapatos de bebé, sem uso.

Achei interessante para preencher aqueles tempos mortos em que se está “a pensar na morte da bezerra”, como por cá dizemos.

E é este o meu primeiro Miniconto:

Tempos mortos a pensar na morte.

O meu desafio é para todos os frequentadores do Prozac:

Publiquem aqui os Minicontos se querem ter muitos e atentos leitores.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dreamcatcher

[Postado por Udi]


Preciso mesmo uma noite de pesadelos para me dar conta de quanto é bom
viver esse sonho de estar acordada?!


imagem extraída daqui: http://www.ekiselev.com/7/

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SE CADA DIA CAI

[Postado por Reinaldo Ortega]


Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

(Pablo Neruda)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Revendo conceitos

[Postado por Udi]



E se me achar esquisita,
respeite também.
até eu fui obrigada a me respeitar.
Clarice Lispector




Respeito... na prática a teoria é outra.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Mais que 1000 palavras

[Postado por Udi]

Nesses tempos de twiter, alguém precisaria de 140 caracteres?

Imagem do Estadão de hoje, na página 2 do caderno Metrópole

sábado, 9 de janeiro de 2010

Quem se importa?

[Postado por Udi]


Ano novo: revendo conceitos (ou seriam valore$?).

Algumas idéias a respeito... qual a sua?



"Não basta ter dinheiro sem ter idéias!"
provérbio chinês

"O dinheiro não tem idéias."
Jean-Paul Sartre

"É melhor ter um rendimento permanente do que ser fascinante."

"Nenhum homem é suficientemente rico para comprar o seu passado."
Oscar Wilde


"O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um."

"O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta."

"Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo."

"O dinheiro não só fala, como faz muita gente calar a boca."

"Sim, irmão, o dinheiro não é tudo. Mas o que é que é tudo?"
Millôr Fernandes


"O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza."
Carlos Drummond de Andrade

"O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele."
Arthur Schopenhauer

"Gosto de viver pobre, porém com muito dinheiro."
Pablo Picasso

"Eu quero dinheiro apenas para ser rico."
John Lennon

"O mundo só será bom no dia que todo o dinheiro acabar, mas que não me falte nenhum enquanto isso não acontece."
Tim Maia

"Chega de homenagens. Eu quero o dinheiro."
Adoniran Barbosa

"Se você consegue contar o seu dinheiro você não tem 1 bilhão de dólares."
J. Paul Getty

"Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita."

Carlito Maia

"Tem pessoas que são tão pobres, mas tão pobres que só tem dinheiro."
Pedro de Lara